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Apesar de ser a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e uma das responsáveis pela mortalidade hospitalar tardia, a sepse só passou a ser vista como um problema de saúde pública por volta dos anos 2000. No Brasil, tem alta mortalidade, chegando a 65% das ocorrências e 600 mil novos casos por ano. Para aumentar a visibilidade deste assunto e tentar reduzir esses números, desde 2004 um grupo internacional, formado por diversas sociedades de terapia intensiva, vem lançando recomendações para o manejo da sepse e do choque séptico. A cada quatro anos, um novo documento é lançado e, em 2017, o guideline Surviving Sepsis Campaign Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock contou com a colaboração do médico do Serviço de Medicina Intensiva e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) Thiago Lisboa.

De acordo com o pesquisador, que também contribuiu com o consenso de 2012, desde que começaram a ser lançadas, estas recomendações foram responsáveis pela redução na taxa de mortalidade em algumas instituições de saúde. Estima-se que, entre aquelas que seguem (pelo menos em parte) o guideline, a taxa gire em torno de 20%, enquanto que as que não seguem têm um percentual de 50% a 60%. Mais do que um documento técnico, o consenso criado pelo grupo de 55 especialistas, de 25 organizações internacionais, objetiva aumentar a percepção da sepse como um problema de saúde pública, com impacto nos desfechos de pacientes hospitalizados.

No HCPA, diversas iniciativas estão em andamento para melhorar a adesão a estas práticas, formuladas com base nas melhores evidências disponíveis. 

 

* Para o mês de fevereiro, o critério de escolha do destaque foi: guideline ou consenso de 2017, com participação do HCPA.

destaque da pesquisa fev