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 O Hospital de Clínicas realizou hoje (8) um encontro para abordar como a ocorrência de eventos traumáticos, como desastres climáticos e pandemias, afetam a saúde mental das pessoas. O evento “Traumas Coletivos: como nos apoiamos?” aconteceu no Anfiteatro Carlos César Albuquerque em dois horários e foi voltado para os funcionários do HCPA.

A professora do Serviço de Psiquiatria, Simone Hauck, apresentou os dados de uma pesquisa realizada durante o período das enchentes. A análise de 1512 respostas mostrou que mais da metade dos que responderam ao questionário online disseram que nunca haviam tido as sensações que apresentaram durante o período das chuvas. Para a pesquisadora, a análise demonstra a necessidade de intervenções para evitar o desenvolvimento de Transtorno de Stress Pós-Traumático, o TEPT, que se manifesta entre um mês e até um ano após o evento. 

Entre os sintomas do TEPT estão reviver continuamente o fato, como se ele estivesse acontecendo de novo, tentar fugir desses pensamentos e mudar de comportamento, apresentando crises de raiva e não confiando mais em si ou nos outros. Segundo Simone, o TEPT não reage bem ao tratamento medicamentoso, mas ações como falar do trauma são eficazes para contornar o problema. “É possível enfrentar o trauma com informação. Não precisa necessariamente haver o apoio de um psicólogo ou psiquiatra”, afirma. “O suporte pode ser dado por alguém que possa escutar a pessoa”, complementa. 

 

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Apoio aos funcionários- desde o início das enchentes, o Serviço de Medicina Ocupacional (SMO) atuou para identificar os funcionários que precisavam de ajuda e oferecer suporte. Entre as ações postas em prática, estão a busca ativa dos que apresentavam dificuldades e o encaminhamento para atendimentos individuais ou em grupo e o apoio às lideranças do hospital. Além disso, houve a disponibilização do transporte aos funcionários e o abono para os que precisaram se ausentar do trabalho por diferentes motivos. Outras ações, como o Ambulatório de Adições e a aplicação do Protocolo de Risco de Suicídio, que já tinham sido implementados, continuaram disponíveis. Segundo a psicóloga dos Serviços de Psicologia e Medicina Ocupacional, Márcia Ramos, alguns funcionários vão continuar sendo atendidos até o final do ano. Funcionários que percebem a necessidade de auxílio podem procurar o SMO. O Clínicas também oferece práticas de mindfulness para os funcionários, às terças e quintas-feiras, das 7h45 às 8h, e o ambulatório Net Trauma, nas quartas-feiras, das 8h às 10h40, na Zona 8.

O evento pode ser conferido na íntegra neste link.

 

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Márcia Ramos, Lisia von Diemen e Simone Hauck