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Pesquisa com participação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre identificou que que apenas 19% dos jovens diagnosticados recebem tratamento medicamentoso

O tema do tratamento com medicamentos para jovens e crianças com transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é controverso  em todo mundo. Um grupo de pesquisadores brasileiros, americanos e ingleses realizou uma aprofundada meta-análise de banco de dados e literatura para encontrar respostas que possam auxiliar nos cuidados com estes pacientes em todo o globo.
Os resultados identificaram que apenas 19,1% dos jovens com diagnóstico de TDAH recebem medicamentos para o transtorno e que  0,9% de todos os jovens não diagnosticados acabam recebendo tratamento farmacológico. “Pela primeira vez, conseguimos estimar que, em diversas regiões do mundo, o subtratamento do TDAH com medicações é um problema mais frequente do que o uso inadequado dessas medicações”, explica o chefe do Serviço de  Psiquiatria da Infância e da Adolescência do HCPA, professor Luis Augusto Paim Rohde.
Conforme o artigo publicado na revista  Neuroscience & Biobehavioral Reviews há países em que, para cada indivíduo que usa medicamentos sem um diagnóstico formal de TDAH, há três pacientes com um diagnóstico formal que podem se beneficiar com a medicação.
Os resultados reforçam a necessidade de políticas de saúde pública que melhorem a educação sobre o TDAH e as discussões sobre os benefícios e limitações dos medicamentos.

O artigo Assessing Undertreatment and Overtreatment/Misuse of ADHD medications in children and adolescents across continents: a systematic review and meta-analysis
foi publicado dia 3 de junho, no Neuroscience & Biobehavioral Reviews.