A programação do Outubro Rosa, promovida nesta terça-feira (14) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), foi voltada ao cuidado e à prevenção ao câncer de mama, mas incluiu também a palestra “Violência contra a mulher: conscientização e enfrentamento”, em alusão ao 10 de outubro, Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. O tema foi apresentado pela defensora pública Paula Britto Granetto, que é diretora do Núcleo de Defesa da Mulher na Defensoria do estado. A iniciativa está alinhada ao Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça do Ministério das Mulheres, do qual o Clínicas é signatário da 7ª edição.
A palestrante destacou a importância da escuta empática dos profissionais de saúde para as situações de violência de gênero, pois muitas vezes postos de saúde e hospitais são os primeiros locais onde as mulheres buscam atendimento. “Se verificar uma mulher vivendo o ciclo de violência, incentive-a a buscar a Delegacia da Mulher, a Defensoria Pública, o Ministério Público”, frisou, apresentando exemplos de sinais físicos, verbais e psicológicos das vítimas. “Temos que encarar a violência doméstica como um problema de saúde pública”, acrescentou e listou os cinco tipos de violência: física, sexual, psicológica, patrimonial e moral.
Paula destacou o quanto é difícil que a vítima saia desse ciclo e que, de acordo com estudos, a mulher leva em torno de seis anos para reconhecer que está numa relação abusiva. A cultura machista e a falta de conhecimento dos seus direitos estão entre os fatores que prejudicam a busca por ajuda. “Tem muitas mulheres questionando as ações feministas, mas a luta é para ter direito de decidir o teu destino. Não importa o destino, mas que a escolha seja tua”, afirmou.
O evento contou com a participação da diretora de Pesquisa, professora Ursula Matte, que representou a Diretoria Executiva. Ela destacou a importância da participação do Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão, junto a outros grupos da instituição, na promoção de atividades como esta, que trata de um assunto muito importante no hospital relacionado ao Movimento pelo Respeito. “Por que estamos sempre fazendo eventos? Porque o movimento pelo respeito, a diversidade, a equidade e a inclusão não vão ocorrer naturalmente na nossa sociedade, e a gente tem que reforçar essas falas”, disse Ursula, reforçando o papel do comitê em dar um norte ao que precisa ser abordado internamente.
A programação do Outubro Rosa seguiu com apresentação do coral do HCPA e palestras sobre mitos e verdades sobre câncer de mama, avanços no tratamento cirúrgico, a relação dos hormônios e do estilo de vida com a doença, o papel da enfermagem, orientações sobre rastreamento genético e reconstrução mamária. As ações foram organizadas pelo Serviço de Mastologia, o programa Cuidar Também de Quem Cuida Tão Bem e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (Cipa).