HCPA foi sede de evento organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde
O HCPA sediou hoje (14) o Seminário Contribuições ao SUS e à Plataforma Clínica da OMS: resultados dos estudos multicêntricos retrospectivos sobre casos de pós-covid e sobre a emergência de Mpox no Brasil. O evento é realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), em parceria com o Ministério da Saúde e as instituições integrantes da Rede Colaborativa Brasil de Pesquisas em Dados Clínicos.
Na abertura, a diretora-presidente do HCPA, Nadine Clausell, afirmou que a colaboração entre área pública e a atuação acadêmica consegue ofertar os melhores resultados para os pacientes do SUS no país. Já o diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de urgência do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Junior, reforçou a necessidade de fortalecimento dessas experiências no SUS, afirmando que a atuação do MS no combate ao vírus da Covis-19 deve se pautar pelas evidências científicas.
Pela manhã, foi apresentado um panorama das pesquisas sobre covid longa na América Latina e Caribe. A chefe do Serviço de Atenção Primária à Saúde, Claunara Mendonça, apresentou um estudo que aponta que 6% dos pacientes ambulatoriais que passaram pela Unidade Básica de Saúde Santa Cecília entre março de 2020 e dezembro de 2021 desenvolveram sequelas após 90 dias da infecção. As mais comuns foram fadiga, falta de ar, tosse, dor de cabeça e ansiedade.
Também foi discutida a formação da rede colaborativa de informações sobre a Covid, que reuniu 53 instituições brasileiras, e sobre a governança desses dados, que ficou a cargo do HCPA. O hospital fez parte de uma iniciativa nacional para transformar em dados numéricos os sintomas relatados pelos pacientes. Pesquisadores do Clínicas revisaram cerca de 40 mil prontuários de pacientes adultos internados com covid entre março de 2020 e dezembro de 2022, e os compararam com os códigos numéricos gerados via Inteligência Artificial. Depois da conferência, foi criada uma planilha eletrônica, que permitiu a análise quantitativa dos dados. Com isso, foi possível extrair informações como as complicações que acometeram o paciente, se precisou de UTI ou teve outras doenças junto com a covid.
A parte final do evento tratou do combate à Mpox, a chamada varíola do macado, que está se tornando endêmica no país. Especialistas abordaram questões do ponto de vista da vigilância epidemiológica, com dados sobre a abrangência, e da busca por um medicamento comprovadamente eficiente para tratar a doença.