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Wolnei Caumo
Chefe do Serviço de Tratamento da Dor e Medicina Paliativa do HCPA e
professor da UFRGS 

     Cuidados Paliativos derivam da palavra 'paliar', que significa aliviar, atenuar, proteger. A Worldwide Palliative Care Alliance (WHPCA) estima que mais de 100 milhões de pessoas anualmente se beneficiam desses cuidados, incluindo pacientes, seus cuidadores e familiares. Dos que necessitam dessa atenção, menos de 8% têm acesso garantido a ela.
     Anualmente, cerca de 57 milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos. Destes, 25 milhões estão em final de vida e, infelizmente, 18 milhões morrem em dor e angústia desnecessárias por não receberem esses cuidados.
     É fundamental formar profissionais de saúde com competências em cuidados paliativos, com foco na atenção centrada na pessoa, no respeito à autonomia e no suporte à família. O ensino desse tema promove mudanças nos valores e atitudes dos estudantes. Isso inclui abordar questões técnicas, culturais e éticas, buscando reduzir suportes invasivos desproporcionais e oferecer recursos para melhorar a qualidade de vida.
     O Dia Mundial de Cuidados Paliativos, celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, visa conscientizar, educar e promover o desenvolvimento de políticas e serviços mais eficazes. O tema deste ano destaca as Comunidades Compassivas que promovem uma cultura de cuidados paliativos, criando um ambiente que valoriza o bem-estar e o apoio àqueles que enfrentam doenças ameaçadoras da vida e suas famílias, por meio da mobilização de redes, grupos e inseridos no próprio sistema da comunidade. Esta abordagem visa melhorar a qualidade de vida,humanizar a assistência, reduzir encargos, estabelecer diretrizes antecipadas e promover a tomada de decisões informadas na comunidade compassiva.
     Representa uma oportunidade para estimular reflexões tanto na sociedade quanto entre os profissionais de saúde e educadores. Segundo os princípios que norteiam os cuidados paliativos, eles buscam aliviar o sofrimento de pacientes com doenças ameaçadoras da vida, com o propósito de melhorar a qualidade de vida e proporcionar apoio emocional e psicossocial aos pacientes, suas famílias e cuidadores.
     Os cuidados paliativos adotam uma comunicação clara e continuada, considerando a vontade e os valores do paciente e de sua família. É crucial destacar que essa abordagem não se limita apenas à assistência no final da vida, mas ao controle de sintomas e suporte à família. As equipes de cuidados paliativos operam de maneira multiprofissional, somando diferentes expertises para proporcionar o melhor cuidado possível, independentemente do estágio da doença em que o paciente se encontra.