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Com uma  estrutura única no Rio Grande do Sul autorizada a armazenar amostras biológicas de pesquisa, o Biobanco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) renovou sua certificação junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Essa aprovação permite que sejam armazenados material genético, amostras de tecidos, fluidos biológicos e outros materiais biológicos, além de informações clínicas associadas, que são utilizados em pesquisas científicas. Dessa forma, contribui para o desenvolvimento de novos medicamentos e métodos diagnósticos e para a compreensão de aspectos genéticos e ambientais relacionados a diversas doenças, entre outras finalidades. 

Desde que foi criado, em 2017, a cada cinco anos o Biobanco precisa apresentar o relatório de atividades ao órgão responsável para a manutenção do seu credenciamento. O Brasil tem 87 biobancos registrados, mas apenas 22 estão validados pela Conep atualmente. Destes, dois estão no estado, mas o do HCPA é o único em hospital universitário. Ele conta, atualmente, com 3.143 participantes registrados em três coleções de materiais armazenados, representando diferentes condições clínicas, totalizando 36.058 amostras. 

Uma das coleções é de indivíduos doadores de sangue do Banco de Sangue do HCPA, outra está relacionada a um estudo internacional com diferentes tipos de câncer e a terceira coleção é constituída de materiais e informações de pacientes e funcionários com suspeita ou infecção confirmada pelo vírus SARS-CoV-2 (coleção Covid-19). Recentemente, começou a ser constituída uma coleção de onco-hematologia pediátrica. Até agora já foram disponibilizadas 4.654 amostras biológicas para 14 projetos de pesquisa desenvolvidos no hospital e em outras instituições, contribuindo para a evolução do conhecimento científico.

O Biobanco institucional está instalado no prédio do Centro Integrado de Tecnologia da Informação (Citi) com área dedicada de 200m2, que conta com sala de processamento de material biológico e duas salas de ultrafreezers com capacidade para 48 unidades. A infraestrutura possui acesso eletrônico controlado de colaboradores, controle contínuo remoto de temperatura ambiental e dos ultrafreezers, que são regulados a -80ºC, além de possuir geradores em duplicata para garantir a energia ao local em caso de falha elétrica.

“Com essa estrutura robusta, o HCPA passa a ter potencial importante de participação em projetos colaborativos nacionais e internacionais, de formação de novas coleções de materiais biológicos e suas informações associadas em áreas estratégicas do conhecimento, além de instrumentar a comunidade interna em estudos translacionais de pesquisa e inovação”, destaca a professora Patrícia Prolla, diretora de Pesquisa do HCPA.     

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