Início do Conteúdo

Uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Câncer e Neurobiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do centro de pesquisa do Instituto do Câncer Infantil (ICI) identificou, pela primeira vez, o chamado ZEB1, gene que regula o desenvolvimento do sistema nervoso central e tem grande expressão nos casos graves do tipo mais frequente de tumor cerebral maligno que aflige crianças. A descoberta, publicada no periódico científico internacional NeuroMolecular Medicine, pode ajudar a identificar os pacientes em maior risco e orientar o tratamento.

Entre as formas de câncer infantil, os tumores cerebrais estão entre as mais frequentes e fatais. A principal delas é o meduloblastoma, que ocorre na área do sistema nervoso central chamada cerebelo, localizado na parte de trás do cérebro. Durante a pesquisa, a estudante de doutorado Livia Fratini, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da UFRGS, descobriu que a expressão do gene ZEB1 é aumentada de forma anormal nos tumores de meduloblastoma em relação ao cerebelo normal. Além disso, o gene tem mais expressão nos tipos mais graves do câncer, indicando uma possível redução na expectativa de vida dos pacientes. Já nas formas menos graves da doença, ocorre o contrário: a maior quantidade do gene é associada à chance de sobrevivência a longo prazo. 

Essa descoberta indica, de forma inédita, que o ZEB1 pode auxiliar no diagnóstico, nas decisões sobre tratamento e na determinação da expectativa clínica de crianças com esse câncer cerebral. A equipe do estudo também testou o tratamento de células de meduloblastoma com o medicamento fingolimod (FTY720), concluindo que ele pode ser uma nova estratégia de combate à doença, por ser capaz de reduzir a expressão do ZEB1.

A pesquisa teve apoio financeiro, econômico, científico do ICI, CNPq, CAPES e do Fundo de Incentivo à Pesquisa e Eventos (FIPE) do HCPA.

Confira o artigo completo aqui.